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Recentemente fiz uma live com a minha amiga Renata Morales e nós conversamos sobre como o BBB faz um grande alvoroço nas redes sociais e permeia a comunicação corporativa e a publicidade.

Mesmo não sendo uma telespectadora assídua do programa, é impossível não saber o que está acontecendo na casa mais vigiada do Brasil por conta das muitas postagens nas redes sociais.

Pensei que o perfil de contas que eu estava seguindo era o grande vilão, mas me enganei.

Cemitério, papelaria e até o prefeito de Ribeirão Preto têm feito alusões a algum brother, algum bordão, meme, discussão de algo que ocorreu na casa.

Pensei com os meus botões: ‘algo de estranho aconteceu!’ Então convidei a Renata para bater esse papo e tentar descobrir o que está acontecendo.

Depois de uma hora, tiramos juntas algumas conclusões:

  1. A pandemia realmente ajudou a direcionar os olhares dos telespectadores para um programa de entretenimento, especialmente para as pessoas que quiseram fugir do noticiário denso e tenso, desde a edição do ano passado.
  2. A mistura entre influenciadores digitais e pessoas comuns deram um novo ânimo para o programa – que na minha humilde opinião já estava para morrer! Os seguidores desses influenciadores ficaram curiosos pra saber como eram esses personagens na vida real. Realmente a Boca Rosa foi muito questionada na edição anterior, mas não mais do que Karol Conká este ano.
  3. O engajamento do Boninho – diretor do programa – e do apresentador Thiago Leifert nas redes sociais está sendo crucial para dar mais combustível para as edições. Eles respondem, comentam, usam ideias das redes sociais no programa, ouvindo o pedido dos telespectadores.
  4. O novo formato do BBB aproximou mais o telespectador do programa, sendo o humorista Rafael Portugal a pessoa que faz essa ponte no programa, com o quadro CAT BBB – Central de Atendimento ao Telespectador, que responde comentários e áudios de quem assiste e faz uma grande paródia de si mesmo, sendo um bom representante do termômetro do que está sendo dito nas redes.

O quadro do humorista inclui também ‘o Brasil está vendo’, que reposta posts dos globais que assistem ao programa.

  1. Depois da participação da cantora e influencer Manu Gavassi na edição 2020, em que programou todo o seu feed enquanto participava do programa, abriu-se a porta para novos players desse jogo: os administradores das contas de quem está dentro da casa.

São equipes de amigos, familiares ou profissionais que conhecem bem o participante e respondem por eles do lado de fora, tentando criar uma reputação positiva do brother, rebatendo fofocas, destacando os principais momentos do seu jogador ao longo do dia.

Esses ADMs, como são chamados, este ano ganharam um novo peso. Mesmo assumindo a conta de um dos brotheres, eles não seguem exatamente a personalidade de quem representam.
Algumas vezes criticam as atitudes, fazem jogo inverso fora da casa e se comunicam entre eles para gerarem conteúdos que vão fortalecer um grupo específico.

Enfim, toda essa movimentação, mais combustível pro jogo, mais gente falando do assunto e um contexto em que obriga as pessoas a ficarem em casa, não tem jeito do BBB dar errado.

Agora, quais as conclusões que a gente tira de tudo isso para a comunicação corporativa?

  1. O comunicador precisa estar antenado com os assuntos que o cercam para não perder a oportunidade de criar um conteúdo mais próximo do que a audiência está tendo interesse no momento. É o que vou chamar aqui de fazer uma comunicação na velocidade da cultura.

Especialmente se a busca for por um engajamento orgânico e menos impulsionado, as marcas precisam surfar na crista da onda do que está sendo falado.

  1. As empresas precisam encontrar novos players para reverberarem seus conteúdos. No BBB tem os ADMs, os programas de fofocas e as empresas que fazem memes. Nas empresas, pode ser o público interno, influenciadores digitais locais, os acionistas, diretores. Quem mais?
  2. É preciso ouvir a audiência. O CAT BBB nada mais é do que traduzimos no mundo corporativo como Experiência do Cliente. É o momento em que ele é ouvido e se sente representado. O que as pessoas tem falado sobre os seus produtos ou serviços? Sobre os seus funcionários ou o atendimento que você oferece? As antenas precisam estar ligadas!
  3. A Renata levantou um ponto muito importante: a questão jurídica das publicações, respeitando o direito de imagem dos brotheres. Não pode fazer um post, mesmo que simples, usando a imagem de algum deles sem autorização.

Um exemplo é a participante Lumena, que foi eliminada este ano. Assim que saiu da casa, contratou uma equipe de advogados que estão processando todas as empresas que usaram a sua imagem.

Assim como a Lumena não autorizou, banco de imagens, direitos autorais de fotógrafos, áudios, vídeos, precisam ser respeitados. Um postezinho por gerar uma multa que fecha a porta de qualquer pequeno negócio.

Um bate-papo despretensioso trouxe muitos pontos interessantes para quem é da comunicação. Quem quiser assistir a live, está disponível no Instagram @oz_conteudo.

 

 

Livia Borges dos Santos

Livia Borges dos Santos

Sócia Proprietária da Oz Conteúdo

Jornalista